Decisão do TSE Sobre a Cassação em Custódia
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu suspender temporariamente a cassação do prefeito e da vice-prefeita de Custódia, um município localizado no estado de Pernambuco. Essa medida, concedida pelo ministro Floriano de Azevedo Marques, tem caráter provisório e visa impedir a execução imediata da cassação, que poderia trazer sérios prejuízos à administração local e à continuidade dos serviços públicos essenciais.
O relator da decisão ressaltou que a remoção dos gestores antes da conclusão da análise do caso nas instâncias eleitorais poderia resultar em instabilidade institucional e comprometer a administração do município. Portanto, o efeito da decisão anterior do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) foi suspenso até que o julgamento do recurso seja finalizado.
Ações Judiciais e Abuso de Poder
O caso em questão está ligado a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, que investigou supostas práticas de abuso de poder político e econômico durante a campanha municipal. A chapa que venceu as eleições já havia sofrido a cassação em primeira instância, uma decisão que foi posteriormente confirmada pelo TRE-PE.
Segundo o julgamento, foram identificadas contratações irregulares de servidores temporários durante um ano eleitoral, ocorridas na gestão do então prefeito Emmanuel Fernandes de Freitas Góis. As contratações foram feitas sem justificativa excepcional e sem a realização de um processo seletivo adequado, o que levanta sérias dúvidas sobre sua legalidade.
Práticas Ilegais e Impacto nas Eleições
Além das contratações questionáveis, o Tribunal também apontou a realização de pagamentos considerados atípicos a servidores no período que antecedeu as eleições. De acordo com as evidências apresentadas, recursos públicos foram utilizados de forma inadequada para financiar a militância eleitoral e a compra de votos.
Informações coletadas durante a investigação indicam que alguns servidores teriam recebido incentivos financeiros para persuadir eleitores a votarem em favor da chapa. Essa prática levantou preocupações sobre a integridade do pleito, uma vez que os funcionários envolvidos poderiam estar sob pressão, com a ameaça de perder o emprego caso não colaborassem.
Consequências e Próximos Passos
O TRE-PE considerou que essas ações comprometem a igualdade na disputa eleitoral, afetando a legitimidade do processo eleitoral em Custódia. Com a suspensão da cassação, o futuro do governo local ainda é incerto, e os próximos passos dependerão da conclusão do julgamento do recurso no TSE.
A decisão também reflete a necessidade de um monitoramento mais rigoroso das práticas eleitorais no país, especialmente em tempos de campanhas, quando as atitudes podem influenciar diretamente o resultado das eleições. O desdobramento deste caso será acompanhado de perto por especialistas e cidadãos, que aguardam um posicionamento definitivo sobre as práticas adotadas durante a campanha.

