Reunião do CNPC Foca na Reestruturação e Diversidade
Na última terça-feira (9), o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) deu um passo significativo na construção de uma nova estrutura, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela lei que regulamenta o Sistema Nacional de Cultura. A 44ª Reunião Ordinária do CNPC, realizada em Brasília (DF), trouxe à tona discussões relevantes sobre a composição do colegiado.
Na parte da manhã, a Câmara Temática dedicada à reestruturação se reuniu para analisar um estudo técnico elaborado pelo Ministério da Cultura (MinC). Com a retomada da plenária no período da tarde, o coordenador dessa Câmara, Thaynã Paes, que também é conselheiro da sociedade civil, apresentou uma proposta que gerou um intenso debate ao longo da reunião.
Roberta Martins, secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura, presidiu a reunião e destacou a importância do debate. “O amadurecimento do debate foi notável. O dia de hoje reflete a evolução deste Conselho e a decisão coletiva de discutir nosso papel como conselheiros nacionais de política cultural, o que me honra profundamente e acredito que a todos aqui presentes”, afirmou.
Composição e Equilíbrio de Gênero em Debate
Um dos principais temas abordados foi a nova composição do CNPC. Os conselheiros discutiram a quantidade máxima de integrantes e as formas de representação, que podem incluir setoriais, colegiados ou aspectos territoriais.
A conselheira da sociedade civil, Carmen Negrão, enfatizou a necessidade de promover um equilíbrio de gênero entre os membros do conselho. “Nós, mulheres, sentimos a falta da representatividade feminina. É fundamental que não percamos de vista a paridade, pois isso faz uma grande diferença”, ressaltou.
Karina Gama, diretora de Promoção da Diversidade Cultural do MinC e conselheira suplente pelo Poder Público, complementou a discussão, abordando a importância da interseccionalidade na representação cultural. “Ao pensarmos em cultura sob a ótica da cidadania, é crucial garantir que todos os segmentos estejam representados. Precisamos definir nomenclaturas que atendam a todos esses campos e, assim, trabalhar para uma representação abrangente. Estamos falando de crianças, incluindo as indígenas, dos idosos, bem como aqueles da capoeira, da matriz africana e da comunidade LGBTQIA+”, explicou, refletindo sobre a necessidade de fomentar a diversidade dentro dos colegiados.

