Expectativas e Impactos Após a Decisão do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, como era amplamente esperado, manter a taxa Selic em 15% ao ano. Contudo, o comunicado que acompanhou essa decisão surpreendeu o mercado, ao indicar que o ciclo de cortes de juros, esperado por muitos para janeiro, foi adiado. Como consequência, espera-se que os ativos brasileiros sejam influenciados pelo tom mais severo nas operações do dia seguinte.
Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, analisou a postura do Copom e afirmou: “O comitê pareceu levemente hawkish, sinalizando que os juros podem permanecer altos por um período mais prolongado. O comunicado reconheceu a desaceleração da economia, inclusive do PIB, de forma cautelosa, o que estava em linha com nossas expectativas.”
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Enquanto parte dos analistas acredita que a decisão já era antecipada e que a comunicação do Copom estava coerente com a anterior, outros notaram que o tom foi mais rigoroso do que o esperado.
O economista Carlos Lopes, do Banco BV, destacou que a falta de sinalizações claras pode ser um limitador para uma possível mudança na política de juros em janeiro: “Acho que é improvável que tenhamos um corte já no mês que vem. Se o Banco Central tivesse uma convicção sólida sobre um corte iminente, poderia ter ajustado sua comunicação.” Assim, mantém-se o cenário base de que os cortes de juros começariam em março.
A repercussão do comunicado mais restritivo tende a impactar o mercado financeiro, conforme apontado por Bruno Perri, economista-chefe e co-fundador da Forum Investimentos. “Espero que haja um ajuste nas curvas de juros e uma possível valorização do real diante do dólar”, afirmou.
Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, também prevê movimentos de correção nos mercados. “Após um dia positivo por conta do cenário externo, é provável que enfrentemos um dia de ressaca. O dólar pode se valorizar um pouco mais e os juros futuros, especialmente os contratos de curto prazo, devem subir, tornando o cenário amanhã mais desafiador à luz do tom firme adotado pelo Copom”, disse.

